Japão e 日本経済団体連合会
Segundo a grande imprensa brasileira, o Presidente Lula teria afirmado, após reunião bilateral, nessa quarta-feira, com o primeiro ministro japonês, Shigueru Ishida, do Partido Liberal Democrático, no poder desde o término da II Guerra Mundial, que a relação do Brasil com o Japão "mudou de patamar" (sic). Ainda segundo o Palácio do Planalto, a viagem resultou em 10 acordos e 80 instrumentos de cooperação entre dois países. E, de quebra teria iniciado a conversa entre Mercosul e Japão. Isto tudo, ainda, no terreno de boas intensões, porque do discurso à prática sobretudo naquele país, pode avançar ou estacionar conforme a conveniência dos setores da economia daquele país.
Até pela minha ascendência ser da terra do extremo oriente, acompanho, diariamente, as principais notícias do canal semi estatal, a NHK, e por ter visitado àquele país, convidado que fomos, um pequeno grupo de líderes descendentes, pelo Ministério de Relações Exteriores daquele país, tenho noção exata do sucesso na área econômica daquele país, hoje, ocupando a 3ª posição no PIB mundial. O Japão é uma península, cheio de acidentes geográficos, cujo extensão territorial é do tamanho do estado de Mato Grosso do Sul, vivendo nele cerca de 124 milhões de pessoas.
Feito considerações preliminares, o Presidente Lula achar que está voltando ao País com dezenas de medidas de impacto na relação comercial entre os dois países, vai uma distância que se compara à da Lua. Explico: As grandes corporações japonesas, assim como no Brasil, pertence ao Japan Busness Federation ou 日本経済団体連合会, informalmente denominado de Keidanren, organização estabelecido em 1946, pós II Guerra Mundial.
A organização Keidanren corresponde no Brasil à FIESP, onde reúnem os mais importantes empresários da já conhecida Avenida Faria Lima, onde as principais decisões que interessa à área empresarial são ou eram tomadas pela FIESP, apesar de entidade patronal do setor industrial ser a CNI, tamanha é a dispersão de forças políticas. Só para se ter a ideia, as grandes empreiteiras, as sofisticadas indústrias eletrônicas e as mais modernas indústrias automobilísticas japonesas, expandem seus negócios, baseado nas diretrizes da Keidanren, do que baseado em medidas do Governo Central do Japão como no Brasil.
Pelas considerações acima, é "precipitado" o Presidente Lula afirmar que traz debaixo do braço, uma série de pacotes de medidas que ampliará o investimentos japoneses no Brasil. O setor industrial japonês já se faz presente no Brasil há décadas, através das montadoras de veículos como a Toyota e a Nissan, além de equipamentos eletrônicos da Toshiba.
Seria muita pretensão afirmar que o Presidente Lula não está voltando com "pacote de medidas" para ampliar, significativamente, a relação bilateral com o Japão. Sem nenhuma pretensão, sendo filho de japoneses que sou, a cultura japonesa já se faz presente no cotidiano do País. Foi-se o tempo em que os descendentes do sol nascente ocupavam o "cinturão verde" da maior capital do Brasil, a cidade de São Paulo, para abastecer de verduras e legumes, hoje os descendentes de japoneses se faz presente nas diversas áreas da sociedade brasileira. Presidente Lula, não é pioneiro de nada! A história da imigração japonesa e de outras origens mostra o contrário. Brasil é feito de todas raças e credos!
Reinventar a roda é a prática muito comum do nosso Presidente da República, para parecer o "salvador da Pátria", como se a população brasileira fosse composta de "ignorantes", como ele próprio parece ser. Tomara que eu esteja equivocado!
Ossami Sakamori
Comentários
Postar um comentário