Brasil perdeu a sua estatura política
As pessoas leigas na economia americana devem achar estranho atitude do presidente republicano, Donald Trump, em sobretaxar os produtos importados, em média, 25%, entre os quais o aço e alumínio brasileiro. A sobretaxa, em tese, será para tornar a indústria americana competitiva, sobretudo em relação às indústrias canadenses e mexicanos, que "em tese" tem os benefícios do acordo comercial no âmbito da NAFTA, Estados Unidos, Canadá e México.
A imagem do topo da página, mostra até então, florescente, cidade de Detroit, conhecida como capital das montadoras americanas. Detroit e Chicago eram considerados "berços" do capitalismo americano, títulos perdidos com invasão de produtos importados, sobretudo da China, com preços considerados como "dumping", para destruir as indústrias americanas. Num mundo novo, competitivo, ambas praças perderam as suas importâncias, como "ícones" da economia americana. É onde, o presidente republicano, assessorado por um futurista como Elon Musk, quer fazer os Estados Unidos voltarem a ser os "protagonistas" da economia global.
A sobretaxa de 25% sobre os produtos importados, aos principais parceiros como o México e Canadá, acaba "respingando" sobre demais parceiros, entre os quais o Brasil. O principal objetivo do presidente Trump é tornar a indústria americana competitiva no seu próprio país, os Estados Unidos. O presidente Trump, tem feito de tudo para colocar sob seu "guarda chuva" os países como Rússia, Índia e Japão, cobiçados que estão pela China, com o novo bloco comercial, ainda insipiente, sob denominação de BRICS.
Pelos laços comerciais e de segurança, a Rússia e a Índia, também, pela expressão territorial e de expressão econômica, são países continentais como dos Estados Unidos, que, é melhor estar do seu lado do que alinhado com um bloco emergente como BRICS. A Índia é um país continental, com a vantagem de falar a mesma língua, a inglesa, dominados que foram pela Inglaterra, dos tempos da expansão do Reino Unido, mundo a fora. A África do Sul, é terra dos ascendentes do Elon Musk, assessor principal, com ascendência sul africana.
O Brasil do Presidente Lula, sobretaxado pelo presidente Trump, no aço e alumínio em 25%, não sabe o que fazer, se vai adotar alguma "tarifa extra" para os produtos norte americanos. Aparentemente, o assunto teria ficado ao encargo do Vice-Presidente, Geraldo Alckmin, pediatra de profissão, entende de "umbigo das criancinhas" mais do que de indústrias de bases do País, para, eventualmente, sobretaxar os produtos importados dos Estados Unidos.
O nosso presidente operário, ironicamente, foi de uma montadora de veículos estrangeira, pouco entende de "macroeconomia" e por dado apoio "explícito" à opositora, democrata Kamala Harris. A relação de ambos, Trump e Lula, tem sido por via de redes sociais, onde o cumprimento da posse foi feito via rede X, num total descortesia diplomática. É uma vergonha para o País, com dimensão continental e 203 milhões de população, não tenha "estatura econômica e diplomática" para sentar-se à mesa com o presidente americano, "vis a vis", igual para igual, para discutir assuntos bilaterais e de estratégia militar de "auto defesa" de ambos países, tão importante quanto à econômica.
Ao contrário dos ritos diplomáticos protocolares, o Brasil se esconde nos "biombos" da política externa, umbilicalmente unido a uma outra potência econômica, a "chinesa", igualmente importante para o País. É bom lembrar, também, que cada um deveria calçar o sapato adequado ao tamanho do seu pé ...
Ossami Sakamori
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